A medula óssea produz os três tipos
de células
sanguíneas: os glóbulos brancos, os glóbulos vermelhos e as plaquetas.
Inicialmente produz células imaturas (os blastos) que
posteriormente evoluem para as células normais. Chama-se
mielodisplasia ao transtorno desse ritmo, com uma produção deficiente de células normais
e uma maior persistência de células imaturas que não chegam à
maturidade e são destruídas precocemente. A mielodisplasia não é uma doença,
mas uma síndrome caracterizada por um conjunto de sinais e sintomas
específicos. Pode ser originária da própria medula óssea ou
ser secundária a uma doença autoimune ou ao câncer.
Habitualmente, trata-se de uma condição progressiva, mais comum em homens que
em mulheres e em idosos mais que em jovens, embora possa surgir também em
crianças. Mielodisplasia refere-se, pois, a um grupo de doenças hematopoiéticas
(de formação do sangue) clonais (mesmo patrimônio
genético) da medula óssea, em que com frequência
observa-se hematopoiese (formação do sangue) deficiente.
Quais são as causas da
mielodisplasia?
Na maior parte das vezes não é possível identificar uma
causa antecedente externa. O uso de drogas que danificam o DNA, usadas para
tratar diversos tipos de câncer, aumenta o risco para a
mielodisplasia. Há certa predominância da condição em pacientes que tenham sido
expostos à quimio ou radioterapia e naqueles expostos a
hidrocarbonos (como trabalhadores em indústrias de petróleo, por exemplo).
Quais são os principais sinais e sintomas da mielodisplasia?
Os principais sintomas de um quadro mais intenso
são: cansaço e dores no peito (devido à baixa de hemácias); maior
suscetibilidade às infecções (devido à baixa de
glóbulos brancos) e tendência a sangramentos (devido à baixa de plaquetas).
A maioria das mortes ocasionadas por essa condição ocorre por sangramentos e infecções.
Como o médico diagnostica a
mielodisplasia?
A diminuição geral das células sanguíneas é
o aspecto mais característico da mielodisplasia, no entanto, várias condições
mórbidas podem mimetizar a mielodisplasia. Uma pancitopenia (diminuição
das células),
por exemplo, pode ser causada por uma simples deficiência de vitamina B12
ou ácido fólico.
Como o médico trata a
mielodisplasia?
Se os pacientes estão na fase crônica e estável, geralmente
não são tratados, apenas monitorados. Da mesma forma, uma doença de mediana
gravidade, mas estável, deve ser apenas mantida sob observação. Se houver uma
diminuição intensa na contagem das células sanguíneas,
pode-se utilizar drogas para estimular a produção destas células.
Em casos extremos, uma transfusão de sangue pode
ser aconselhável. O paciente deve estar permanentemente atento a infecções ou
a febres inexplicáveis.
Como evolui a
mielodisplasia?
Pacientes com anemia leve ou moderada ou
diminuição ligeira das hemácias podem não exigir
tratamento. Contudo, o médico deve monitorar periodicamente as células sanguíneas.
Não é incomum que a situação mórbida dos pacientes não se altere durante anos
ou décadas, mas como há o risco de evolução para um distúrbio mais grave (leucemia mieloide
aguda), visitas periódicas ao médico e coleta de exames são fundamentais para
garantir uma boa qualidade de vida ao paciente.
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